segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011


O barulho de nossos corpos se chocando ecoou no ar, e aquilo me fez estremecer. Debaixo da minha pele eu pude sentir o sangue correndo ansioso, quente, voraz. 
A sede que eu tenho de você se torna cada vez maior. Uma vontade jamais saciada. Um vício infinito. 
Eu queria arranhar cada pedaço da sua pele branca, queria marcá-lo profundamente, sem pudor, sem limites. Eu queria cravar meus dentes na sua nuca, deixar hematomas duradouros. Eu queria possuir você. E assim o fiz. 
Você me tira do meu estado de equilíbrio e transforma minha serenidade em loucura; e tudo que eu faço e digo sai de mim como um impulso. Assim como respirar, não é questão de escolha. Apenas acontece. 
E olhando para você assim, completamente entregue, eu pude sentir a beleza de possuir alguém de corpo e alma. De ter um corpo além do meu, de poder te tocar, te abraçar, te beijar e tudo além disso.
Daquele jeito, com seu corpo se moldando ao meu, com sua respiração contra meu pescoço e com aquela sensação de estar-no-lugar-certo, as coisas aconteceram. Tão intensas que transbordam em mim.
“Mais forte.”

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011


Essa coisa que me morde, me arranha, me acalma e pulsa lá dentro, é uma das coisas mais bonitas que eu já senti.

Porque tudo que parece - De uma forma crua - estranho, para nós se encaixa perfeitamente num quebra-cabeça chamado relacionamento-perfeitamente-simétrico. O que eu sinto, você sente. E vice-versa.

Já é comum compartilhar banhos demorados com você, e deixar até que me veja urinando. É comum acordar descabelada e acabada, e saber que isso não tem importância para você. É comum andar nua pela casa, estudar nua na sua cama ou te ver nu jogando alguma coisa no computador. É comum no nosso mundo, naquele mundo que moldamos de acordo com nossas vontades e crenças, é comum para mim, para você. Para telespectadores, isso é – Eu diria até – escroto.

Mas a nudez de nossas cascas corresponde à nudez de nossos sentimentos, porque eles não se vestem, não se disfarçam. Nus e crus. E eles se escondem debaixo de nossas peles nuas, e pulsam descontroladamente.

Com você eu sou eu mesma de corpo, alma e sentimentos. Livre, assim como eu sempre quis. Esse grau de reciprocidade só se alcança uma vez na vida. Por isso você é único – E vital – para mim.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011


Estava tudo consideravelmente escuro, mas havia uma leve luz contornando os objetos no local... Havia uma leve luz capaz de me deixar meramente vê-lo. Mas eu sabia – E sentia – que quanto menos luz houvesse, melhor.

Não que eu não quisesse olhá-lo, mas a escuridão torna tudo mais divertido. Não se pode prever atos, há apenas aquele frio na barriga, similar ao medo, mas muito mais excitante.

Estávamos vestidos em nossa própria pele, sua superfície se chocando à minha e nossas profundezas se misturando. Nenhuma distância entre nós, nenhuma incerteza, nenhum receio. Intimidade sem limites.

O que era aquilo?

Aquilo eram palavras sujas sendo sussurradas, alcançando meus ouvidos e me fazendo estremecer. Mãos que desvendavam famintas cada milímetro do meu corpo, e mãos que agarravam fortemente os lençóis, em reação a um corpo que se contorcia. Bocas sedentas pela colisão de nossos lábios, de línguas dançando juntas dentro delas, de seus caninos afiados em minha pele – em toda a extensão de mim. Toda minha pele estava viciada em cada toque seu, e eu não podia evitar pedir por mais.

Aquilo eram nossos corpos se movimentando em sintonia, um possuindo o outro sem pudor. Minhas unhas sendo cravadas em suas costas, e o som de gemidos se misturando à música da chuva... Aquilo era meu corpo e minha alma sendo entregues àquilo que chamam se prazer, mas era muito mais que simplesmente prazer. Aquilo era a excelência de todos as melhores sensações, o equilíbrio perfeito entre dor e desejo.

Aquilo era a cura para cada peso que carregávamos, e ali, juntos, transformávamos em nada. É o auge de qualquer libertação, de qualquer intimidade; Aquilo era o auge da arte. E a imagem de nós dois está impregnada em mim, como uma pintura em tela. Nossas sombras unidas naquela penumbra que nos rodeava.

Você é minha obra-prima.